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O TABERNÁCULO



Êxodo 25.8,9; 26.1,7,14,15,29



INTRODUÇÃO

            O Tabernáculo propriamente dito foi uma construção levantada no fundo do pátio ou átrio.



1. AS BASES DE PRATA – (Êx 30.11-16; 38.25-28; 1 Pe 1.18-19)

Essa fundação de prata, pesando mais de 5 toneladas, era necessária porque Israel andava pelo deserto, e nós sabemos que um homem que construísse a sua casa sobre a arei seria louco, pois a areia é instável.
1.1. A origem da prata
            Todos os materiais utilizados na construção do Tabernáculo, com exceção da prata, resultaram de uma doação espontânea e da boa disposição do povo.
1.2. Pagamento pela vida
            O Senhor assim assentou a fundação do Tabernáculo com prata, um tipo de resgate pelo preço da vida. Homens foram comprados e vendidos por prata. Lembremo-nos de José, que foi vendido por 20 peças de prata (Gn 37.28), e o Senhor Jesus Cristo, cuja vida foi pactuada por 30 peças de prata (Mt 26.15).
1.3. Todos eram obrigados a pagar
            Seiscentos e três mil e quinhentos e cinquenta homens maiores de 20 anos foi o resultado da primeira contagem, cada um pagando meio ciclo de prata, pobres ou ricos.
1.4. Utilização bem definida (Êx 30.16)
            O Senhor especificou como a prata acumulada deveria ser utilizada. Estava destinada ao serviço do ministério e para fazer expiação pelo pecado.
1.5. Resgatados pelo sangue de Jesus
            A fundação da “congregação no deserto” (At 7.38), os chamados para fora do Egito, ou seja, a Igreja no deserto, levantada com o preço de resgate; da mesma forma a Igreja do Novo Testamento (do grego ekklesia, que significa chamados para fora), chamados para fora do mundo, está assentada inteiramente na obra redentora de Cristo.


2. AS TÁBUAS E BARRAS – (Êx 26.15-19; 36.20-34)

2.1. Madeiras de cetim

            Essa madeira era extraída da árvore de acácia, nativa da península do Sinai e do deserto. Houve um tempo quando nós, que agora somos os santos de Deus, éramos estranhos à sua graça.

2.2. A madeira foi derrubada

            Saulo de Tarso foi uma dessas árvores. Enquanto caminhava pra Damasco foi achado por Deus e derrubado ao chão (At 9.4,5).

2.3. A madeira foi aplainada

            Isso foi necessário porque no caule da árvore de acácia existiam as imperfeições, nós, curvas e calombos. Não há nada plano nessa árvore e por isso tem pouca ou nenhuma utilização para fins de construção, a menos que seja aplainada.

2.4. Os pinos para encaixe na fundação

            Ao contrário das tendas orientais que eram levantadas apenas por meio de estacas fixadas com pinos diretamente na areia, cada tábua era fixada através de dois pinos que se encaixavam nas duas bases de prata, de tal modo que estavam perfeitamente levantadas (Ef 5.15) no deserto, independente do solo ser de areia.

2.5. Não havia tábua diferente

            As tábuas não eram somente bem ajustadas e ligadas pelo auxilio de todas as juntas (Ef 4.16), mas eram idênticas em sua altura e largura.

2.6. As tábuas estavam firmes

            Foram firmadas por cinco barras ou travessas de madeira revestidas de ouro, que as traspassavam por anéis de ouro, ligando-as e formando uma estrutura completa e inabalável.

            A barra central, indo de ponta a ponta, sugere o centro do ministério, ou seja, o de evangelista.

2.7. Revestida de ouro

            As tábuas, tais quais os crentes firmados na redenção, estavam cobertas de ouro, que é o símbolo da divindade. firmados na casa de Deus, nosso corpo se torna templo do Espírito e assim somos também revestidos com a essência da divindade (Rm 13.14; 2 Co 3.7,8S)



3. AS CORTINAS E COBERTAS – (Êx 26.1-14; 36.8-19)

O telhado e o teto do Tabernáculo eram formados por cortinas e cobertas, que estavam dispostas sobre as tábuas e bem fixadas. Eram dois jogos de cortinas de linho fino torcido com pano azul, púrpura e carmesim, e outro conjunto de cortinas feitas de pelos de cabra. Seguia-se uma coberta intermediária de peles de carneiro tintas de vermelho e no final, em contato com a natureza, uma coberta feita de peles de texugo.

3.1. A coberta mais externa – peles de texugo

            Era uma pele impermeável retirada de um animal que não se tem informação se era marinho ou terrestre, sendo colocada na parte mais externa pelas suas características de impermeabilidade, o que garantia proteção contra as tempestades de areia, chuva ou sol causticante.

3.2. Segunda coberta de fora para dentro

            Era formada com peles de carneiro tintas de vermelho. Esse foi o animal da substituição, e que morreu no lugar de alguém, como vimos na história de Abraão e de Isaque, bem como nos holocaustos e sacrifícios.

3.3. O jogo de cortinas internas

            Compreendia onze cortinas de pelos de cabra, reunidas juntamente.

            A cabra no oriente tem a cor negra e não clara como a Conhecemos no ocidente, e podemos constatar isso em alguns trechos da Bíblia como em Cantares 1.5, isto é: escura.

            Conforme o estudo dos sacrifícios, “um bode tirado de entre as cabras” (Lv 4.23) era o animal da oferta pelo pecado (Lv 9.3). Dois bodes foram usados no dia da Expiação. Jesus comparou as ovelhas e os bodes (ou cabras) com os salvos e os ímpios (Mt 25.32).

3.4. O teto feito de cortinas de linho - (Lv 26.1-6)

            Olhando de dentro do Tabernáculo para cima via-se um forro especial compondo o teto, feito de linho fino trançado e fios de tecidos, nas cores azul, roxo e vermelho, com o desenho de querubins bordados.

3.4.1. Branco, azul, roxo e vermelho

            O linho fino representa justiça e santidade – Cristo, o Santo e sem pecado. O azul é a cor celestial, e tipifica Cristo, o Filho de Deus. O roxo (ou púrpura) é obtido pela mistura do azul com o vermelho, e também era a cor usada pelos soberanos – Jesus, o Rei dos Reis e nosso Mediador, e sangue humano – Jesus, o Filho do Homem.

3.4.2. Os querubins

            As cortinas que formavam o teto eram bordadas com figuras de querubins. Os querubins falam de proteção.

            Sobre o propiciatório da arca, conforme estudaremos, havia dois querubins guardando o sangue que era espargido pelo pecado do povo.



4. A PORTA

A entrada do Tabernáculo era exuberante e formada por cortinas de linho branco entrelaçado de azul, vermelho e roxo, tal como no portão da frente do pátio, e voltada para a mesma direção. As cortinas estavam apoiadas e fixadas em cinco colunas revestidas de ouro encaixadas em bases de cobre que eram enterradas no chão.

            As bases de cobre, material provado pelo fogo, são tipo de Cristo e da sua palavra (são iguais às que sustentavam as colunas do muro do pátio) e também figuram o sacrifício daqueles que são chamados para o ministério, o que requer uma entrega total e ser provado pelo fogo de Deus (Ef 4.20-24; 1 Co 4.12).



CONCLUSÃO

            O Tabernáculo no deserto foi o local escolhido por Deus para habitar com o seu povo. Não existe nenhuma coincidência nas lições e nos tipos representados por seus materiais e pela mobília. Todos foram idealizados pela mente divina para apresentar ao homem o plano de Deus para salvar a humanidade.


Fonte: Revista da Editora Central Gospel (Tipos e Figuras da Bíblia).

Pr Jair Cardoso
Prodígios

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