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O LONGO DIA DE JOSUÉ

            Josué ao perceber que o dia natural, isto é, o período em que há luz, não lhe daria tempo para vencer os amorreus, no seu zelo, pediu ao Senhor que lhe desse condições para cumprir a sua missão e Deus respondeu, prolongando o dia. Josué tinha fé, pois Deus já lhe prometera a vitória, Js 10.8. A ciência astronômica já provou que esse dia foi acrescido de 23 horas e 20 minutos. A Bíblia diz “quase um dia”.
            A ciência tem provado pela astronomia que houve um dia perdido, isto é, um dia de atraso no andar do tempo. Convém salientar que a duração dos dias, meses, anos e estações não é invenção humana; vem do movimento dos astros do nosso sistema solar, obedecendo as leis fixas da mecânica celeste. Por exemplo: “a duração de um ano solar é de 365 dias e ¼. Esta fórmula não se acha primariamente nos livros; está escrito nos céus, isto é, na mecânica celeste que rege os astros. O dia solar, por exemplo, é o espaço em horas e minutos que a terra faz uma revolução completa em torno de eixo. A duração exata do dia solar é de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9/10 de segundo.
            A terra conserva este horário com tal precisão, que entra e sai ano e a sua marcha anual de milhões de quilômetros não varia um segundo sequer.  Esta fórmula vem dos próprios astros. É, portanto, nos céus que devemos encontrar “o dia perdido”. O dia longo de Josué é, então um problema da astronomia, ciência que só conhecemos relativamente. Nela, há inúmeras coisas desconhecidas, mas há também muitas perfeitamente conhecidas. Entre estas, está o movimento e a marcha sideral do nosso planeta. Até a composição química dos planetas sabe-se, hoje, graças a aparelhos como o espectroscópio, o radiotelescópio etc. Sabe-se também a temperatura das estrelas por meio de aparelhos como fotômetro-estrelar eterócomo.

“Sol, detém-te”
            No relato bíblico de Josué 10.12, 13 há dois milagres: a diminuição da luz e do calor solar e o prolongamento do dia. Vejamos primeiro a palavra que Josué empregou quanto ao Sol. No original hebraico foi dâman que na realidade significa silenciar; acalmar. A nossa palavra deter, com a acepção que ela encerra, é em hebraico amad. Josué não desejava sol intenso! Israel acabava de fazer uma marcha forçada de mais de  60 quilômetros, e, após a caminhada, começou a luta. Era meio dia; isto significa a expressão meio do céu, no versículo 13. A época do ano era de intenso calor, como tem provado a astronomia nas suas pesquisas. Foi nesta hora extrema que Josué disse: “Sol, detém-te”. O sol realmente deteve o seu fulgor, mas o tempo também atrasou, isto é, o dia foi prolongado! Este é o segundo milagre. O relato bíblico diz que o Sol não se apressou a pôr-se quase um dia. A Bíblia não afirma que o Sol parou, mas que deteve, ou seja, reduziu a sua marcha, vv 12, 13.
            Ora, a rotação da terra produz-se pela ação do Sol, vindo tudo de Deus. Qualquer diminuição da ação solar resultará no retardamento da rotação da Terra.  Newton, o célebre astrônomo inglês, demonstrou que isto pode acontecer se danificar de modo considerável os habitantes da Terra. É preciso considerar que o Sol também se move, Sl 19.5.
            As palavras de Josué: “Sol, detém-te em Gibeão, e tu lua, no vale aijalom” são humanas. Assim falou Josué levado pelo sentido da visão natural. Ainda hoje, com todo progresso da ciência, costumamos dizer: “o sol nasceu, o sol se pôs”, quando sabemos que nesse caso é a terra e não o Sol que anda. É ela que entra ou sai da zona de luz do sol. A esta altura, alguém precipitado invoca Ec 1.4 onde em algumas versões diz: “A terra permanece sempre no seu lugar”. Porém, mesmo sem ir ao original hebraico, o próprio texto se explica. O escritor bíblico mostra que as gerações têm pouca duração (Cf Sl 90.10), enquanto a terra permanece imutável. É somente não confundir imutabilidade com imobilidade.
            O professor Tottem, astrônomo da universidade de Yale, nos Estados Unidos, escreveu um livro onde relata seus trabalhos para descobrir esse dia longo. Ele contou o tempo para trás, partindo do equinócio do outono de 1886 até o dia da batalha de Josué. Achou que a mesma aconteceu no dia 22 de julho de 1447 a.C, numa quarta-feira. Dirá alguém: “Como foi possível achar ele tal data? A Bíblia foi o ponto de partida. A aludida passagem diz que o Sol estava “no meio do céu” (isto é no zênite) e a Lua “no vale de Aijalom” (não sobre o vale, mas no vale, isto é, tocando o horizonte). Ora, só há um dia no ano em que o Sol e a Lua assumem tais posições na região onde se deu o fenômeno: “22 de julho, que corresponde a Tamuz, o 4º mês do calendário civil hebraico. Na sua posição, com relação ao Sol, a Lua nascera às sete horas da noite do dia que precedeu a batalha e pôs-se às 13 horas do mesmo dia. Isto de acordo com o relato bíblico.
            Achado esse primeiro fato, o citado professor, partindo da data aceita como a da criação até o dia de Josué, achou que a batalha deu-se no dia 22 de julho, do ano 2253 da criação, porém, numa terça-feira! Isto é, o dia do mês é o mesmo, mas o da semana é outro. Tottem então provou, após outras verificações, que quase um dia inteiro fora intercalado no nosso tempo, ou melhor, a Terra estava quase 24 horas fora do horário.
            Outros astrônomos de fama, inclusive agnósticos, fizeram seus trabalhos e acharam a mesma coisa: 23 horas e 20 minutos de tempo perdido.
            Os estudos continuaram até que os cientistas chegaram a 2 Reis 20.11, onde encontraram a complementação da história de Josué e ao mesmo tempo o complemento do “dia perdido” – 40 minutos. O milagre descrito em 2 Reis 20.11 e Isaias 30.8 é mais notável ainda. No relógio de sol de Acaz,  rei Ezequias viu a sombra do Sol projetada no mostrador voltar 10 graus ou linhas, que corresponde exatamente a 40 minutos. Aqui a ciência encontrou o complemento do dia de Josué.
            Apesar das evidências existentes, há uma “falsamente chamada ciência” a que se refere o apostolo Paulo, que teima em contestar que a Terra não poderia parar nem girar em sentido contrário. Dizem os cientistas agnósticos: “O que a Bíblia diz, contraria as leis naturais”. Ora, Deus que fez essas leis pode alterar, emendar ou anular as mesmas, como e quando quiser. No próprio Universo há leis contrárias às naturais. Tomemos como exemplo a lei matemática do movimento dos satélites: “Todos os satélites avançam de leste para oeste em torno de suas bases primárias. Assim, movimenta-se a Terra em torno do Sol. Da mesma forma a lua em torno da Terra. Entretanto, o planeta Urano possui quatro satélites e todos giram, violando a referida lei: de Oeste para leste. Ninguém tem explicação para isto. Talvez Deus tenha feito isto para mostrar que ele opera de modo inverso quando quer. O dia longo de Josué pode também ser contrário às leis conhecidas, mas aconteceu, pois a Bíblia no-lo diz.

O milagre comprovado
            O chamado dia longo de Josué foi um milagre operado por Deus em resposta ao brado de fé do seu servo Josué, à entrada de Canaã. Reiteradamente, Deus prometera estabelecer Israel em Canaã. Surgia agora um grande impasse. Sendo Josué o instrumento de Deus, ele agiu por fé, inspirado nas promessas divinas de ocupação da terra.
            Astrônomos renomados como o professor Tottem, dos EUA, foram os primeiros a, após pacientes e mourejantes estudos e cálculos baseados nas leis fixas da mecânica celeste que regem os astros, dar pela falta de um dia no calendário astronômico. Ora, o relato bíblico diz: “quase um dia”, (10.30). Nos seus cálculos os cientistas encontraram inicialmente 23 horas e 20 minutos. De fato, isto equivale a “quase um dia inteiro”, como registra a Bíblia. Porém, o milagre da mesma natureza ocorrido com o rei Ezequias implicou um recuo no tempo, correspondente a 10 graus (ou linhas) no relógio de sol de Acaz. Ora, dez graus naquele tipo de relógio equivale, segundo a pertinente ciência, a 40 minutos, o que somado ao total acima, perfaz um dia inteiro. Ler Isaías 38.1-8.
            Modernamente, no campo da cibernética, esses mesmo achados foram confirmados nos estudos realizados durante o planejamento de órbitas e de previsão da vida útil de veículos especiais do programa Apolo, com o qual o autor deste artigo está devidamente familiarizado.

Evidências históricas
  1. Heródoto, historiador grego (480 a.C) relata que os sacerdotes egípcios lhe mostraram a história de um dia longo havido num remoto passado.
  2. A história da China registra que houve um dia longo quando reinava o Imperador Yeo, o qual foi contemporâneo de Josué.
  3. A história dos astecas, no México, mostra que houve no passado um dia longo.
  4. Jáser, testemunha do fato, registrou o mesmo. Tal registro Josué conhecia e citou: Cf. Josué 10.13. Destarte, há duas testemunhas na própria Bíblia, vide 2 Coríntios 13.1.       


Fonte de pesquisa: mensageiro da paz (outubro de 1997) – Pr. Antônio Gilberto



Pr. Jair Cardoso Nogueira
"Semeando Graça"         

Comentários

  1. No relato acima na primeira parte mostra que 10 graus seriam 40min e no relato dos cientista seria 20 min. Qual o Correto ?

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